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Apesar da economia ser mundial, cada país e região têm diferentes situações, objetivos e até mesmo pautas econômicas. Para compreender a interconexão entre as diferentes partes do mundo, no que se refere às questões financeiras, os blocos econômicos surgiram como uma ferramenta que possibilita as trocas comerciais, culturais, políticas e sociais.

Embora à primeira vista o tema possa parecer até simples, sua compreensão é crucial para empreendedores e gestores, especialmente para aqueles envolvidos em negócios com empresas mundo afora. Estes blocos visam facilitar as negociações entre países para proporcionar vantagens mútuas e buscar aprimorar as relações econômicas.

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No contexto amplo da globalização, que conecta economias em uma vasta rede de trocas, os blocos econômicos reduzem fronteiras entre países e promovem intercâmbios de serviços, capitais e mercadorias. Assim, os países se unem em blocos para criar mecanismos para se proteger da concorrência e das flutuações no mercado mundial.

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Mas afinal, o que são blocos econômicos?

Os blocos econômicos são acordos econômicos regionais entre países, com o propósito de encorajar o comércio e o investimento, além de reduzir barreiras comerciais, entre essas nações.

Ao participarem de blocos econômicos, os países cooperam para aumentar o alcance de seus produtos e serviços para outros lugares. A formação de blocos econômicos visa criar condições de dinamizar e intensificar a economia no mundo globalizado.

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Assim, um bloco econômico pode ser considerado como um grupo de países que visam a aumentar as trocas comerciais regionais, expandindo seus dados econômicos: produto interno bruto, empregos, multinacionais, além de poder de compra da população e outras condições financeiras.

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Em um mundo cada vez mais globalizado, é natural que países busquem proteger suas economias da concorrência global. Isso porque, em muitas localidades, alguns fatores tornam as mercadorias mais atrativas para se investir, como a disponibilidade de mão de obra ou incentivos fiscais oferecidos pelos governos.

Além disso, os blocos econômicos costumam fortalecer a posição política e diplomática dos membros no cenário internacional.

Tipos de blocos econômicos

Para compreendermos como funcionam os blocos econômicos, é necessário compreender os tipos comuns de blocos que incluem áreas de livre comércio, uniões aduaneiras e mercados comuns. Existem vários blocos econômicos pelo mundo, mas cada um possui um nível de integração diferente, caracterizado pelos objetivos e desejos dos países-membros.

Podemos organizar os principais modelos de blocos econômicos em diferentes características:

  • Zona de livre comércio: são acordos entre países para remover barreiras ao comércio entre eles, o que inclui tarifas e cotas. É uma integração tímida, visando apenas aos produtos e aos lucros obtidos nessa produção.
  • União aduaneira: referem-se a países que não apenas removem barreiras comerciais, mas também adotam uma tarifa externa comum.
  • Mercado comum: promove o livre comércio e a livre circulação de pessoas, capitais e bens, como no caso do Mercosul.
  • União econômica e monetária: os países participantes coordenam suas políticas econômicas em maior escala e em conjunto. Este é o tipo mais integrado de bloco econômico, em que normalmente os signatários dividem uma mesma moeda.

Por fim, existem também as zonas de preferência tarifárias, em que alguns produtos contam com vantagens tarifárias.

Confira curiosidades sobre os blocos econômicos:

Como surgiram os blocos econômicos? Os blocos econômicos surgiram após a Segunda Guerra Mundial, influenciados também pela Guerra Fria, a partir do desejo de promover a paz e a cooperação econômica global.

Como se formam os blocos econômicos? Os blocos econômicos se formam a partir do interesse mútuo dos países em temas como desenvolvimento social, político e, em especial, econômico dos membros.

Onde surgiu o primeiro bloco econômico? O primeiro bloco do qual se tem notícia foi organizado nos fins da Segunda Guerra Mundial, na Europa, e foi integrado por Bélgica, Holanda e Luxemburgo (Benelux).

Quais são os principais blocos econômicos mundiais?

Conheça mais sobre os principais blocos econômicos mundiais:

1. USMCA/Nafta

O Acordo Estados Unidos-México-Canadá (United States of America, Mexico, and Canada – USMCA), é um acordo comercial que substitui o Acordo de Livre Comércio Norte-Americano Nafta).

Assinado em 1994, o Nafta tinha o objetivo de eliminar as barreiras alfandegárias no comércio entre os membros. O USMCA, que substituiu o acordo anterior em 2018, busca promover o crescimento econômico e a criação de empregos, apoiar salários mais altos e a proteção ambiental.

2. União Europeia

A União Europeia (EU) é um bloco econômico de 27 estados membros. A principal característica da UE é que seus membros integraram suas economias, inclusive, com o uso de uma moeda comum: o euro – entretanto, nem todos os países membros a utilizam. Criada em 1992, a UE é sucessora da Comunidade Econômica Europeia (CEE) e tem a maior integração de nações – com circulação livre de pessoas, mercadorias, capitais e serviços, adoção da moeda única.

Os países membros são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia e Suécia. O Reino Unido já foi um país membro, mas em 2017 iniciou seu processo de saída do bloco, conhecido como Brexit.

3. Mercosul

Criado em 1991, o Mercado Comum do Sul (Merconsul) reúne Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai. Além disso, tem países como Chile, Peru, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela como associados. O Mercosul foi estabelecido com a intenção de promover o livre comércio e a integração econômica entre os países-membros.

Suas principais características incluem a eliminação de tarifas sobre mercadorias entre países-membros, tarifas externas comuns sobre importações de países não-membros e a livre circulação de pessoas e serviços. Também busca promover a justiça social, a diversidade cultural e a sustentabilidade ambiental dentro da região.

4. APEC

Em 1989, surgiu a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) com a proposta de criar uma zona de livre comércio entre 21 economias. É um bloco econômico composto por países localizados na região banhada pelo oceano Pacífico. Os membros são: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Singapura, Coreia do Sul, Estados Unidos, Rússia, Filipinas, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Tailândia, Taiwan e Vietnã, além de Hong Kong.

5. OUA

A União Africana (UA) foi criada em 2002 para substituir a Organização da Unidade Africana (OUA), instituída em 1963, com inspiração da UE. O bloco visa unificar política, social e economicamente o continente africano. Formada pelos mais de 50 países independentes do continente.

6. OPEP

Fundada em 1960,no Iraque, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) é uma organização intergovernamental de 13 países produtores de petróleo que estão localizados na África, no Oriente Médio e na América do Sul.
O principal objetivo da OPEP é coordenar as políticas dos países-membros em relação à produção e preços do petróleo.

7. CEI

Com a desagregação da antiga União Soviética (URSS), se criou a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) em 1991. São países membros: Armênia, Azerbaijão, Belarus, Cazaquistão, Rússia, Geórgia, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão. A Geórgia era membro, mas se desligou. O objetivo desse bloco é estabelecer um sistema econômico de defesa.

8. SADC

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), é uma organização intergovernamental regional estabelecida em 1980, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social entre seus países-membros.

Conta com 16 membros: Angola, Botsuana, Comores, República Democrática do Congo, Essuatíni (antiga Suazilândia), Lesoto, Madagascar, Malawi, Maurício, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.

9. ASEAN

A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) é uma organização internacional com dez membros, fundada em 1967. São parte: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei, Camboja, Laos, Mianmar (Birmânia) e Vietnã.

A ASEAN é caracterizada por sua diversidade cultural, compromisso com a cooperação regional e foco na promoção do crescimento econômico, além de promover a paz e a estabilidade regional, o desenvolvimento econômico e o intercâmbio cultural.

10. Comunidade Andina de Nações

Foi instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena, com o nome de Pacto Andino. Em 1996, os países definem sua organização e no ano seguinte passa a ser chamada de Comunidade Andina.

O objetivo é aumentar a integração econômica e política e a coesão social entre seus membros, que são: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Outros países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e também o Chile são países associados.

11. Tigres Asiáticos

Tigres Asiáticos é o termo usado para se referir às economias de quatro países asiáticos: Hong Kong, Singapura, Coréia do Sul e Taiwan. Esses países vêm alcançado rápido crescimento econômico, industrial e tecnológico, que começou nos anos 1960. Também tem altos níveis de exportação, capital humano e inovação tecnológica.

Além disso, a partir de 1990, surgiu o termo os Novos Tigres Asiáticos. Formado por outras cinco novas nações que também despontaram em grande ascensão, um pouco depois do desenvolvimento dos países anteriores: Filipinas, Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietnã.

Vantagens e desvantagens dos blocos econômicos

Apesar dos blocos possuírem diversas vantagens para a maioria dos países envolvidos, devido a troca econômica ampla, algumas economias, mais frágeis, podem ficar prejudicadas em alguns requisitos. Os blocos frequentemente causam uma perda de soberania para órgãos de governo supranacionais o que pode gerar alguns desequilíbrios na distribuição da riqueza.

Outra desvantagem, são o desvio de comércio, quando produtores nacionais menos eficientes perdem espaço para produtores estrangeiros mais eficientes – levando à perda de empregos e salários mais baixos na indústria doméstica.

Os blocos podem restringir a capacidade de um país de estabelecer suas próprias políticas econômicas ou de buscar acordos comerciais independentes. Assim, em algumas situações podem causar a perda de autonomia de países membros e desafios para setores mais vulneráveis à concorrência internacional.

Entretanto, uma das vantagens que muitos blocos proporcionam é a abertura para a instalação de empresas de países membros com mais facilidades, a circulação de bens, serviços e capital, além da circulação de pessoas com menos burocracia. Podem aumentar os níveis de comércio, redução de tarifas e acesso a um mercado maior.

Resumo de blocos econômicos

Entender o que são os blocos econômicos é essencial para compreender a situação financeira dos países, além do panorama geopolítico e econômico mundial atual e futuro. Os blocos econômicos são reflexo da constante competição de economias mundiais.

A formação de blocos econômicos tem por objetivo criar condições de dinamizar e intensificar a economia no mundo globalizado. Assim, resumidamente, este artigo trouxe alguns detalhes sobre essa dinâmica econômica realizada entre os países.